(em memória da Zita
Magalhães)
Esta é a casa
que me tem cativa
porque nela vivi
já não quer que viva.
Eu nunca vi paredes
Tão de branco vestidas
Nem um chão de
Tão suave pintura.
Aqui encontrei palavras
Dobradas a ponto de cruz
Comi o pão que a terra
Ofereceu assim como
O outro que o diabo amassou
Dancei descalça sobre os
Sonhos verdes que te quero
Verdes amadureci os laços
Que me ensinaste a lançar
Ao rio numa curva apenas
Desenhada pelos teus
Olhos de amêndoa
Aqui me escondi
Quando o vento ameaçou
A minha loucura dourada
E aqueci o corpo nu
Na lareira dos teus quadros.
Agora esta casa
que me tem cativa
já não quer que eu viva
porque nela não vives.
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