terça-feira, 21 de janeiro de 2020

as mãos



mãos cansadas e artríticas
já não deslizam por colinas
nem folhas pecioladas
já não conseguem
a magia do malabarismo
poético ou sequer
o aceno figurado
às ondas do mar de Vigo

são mãos inertes
sobre a mesa
trementes e sós
à espera de um corte
que as transforme
em estátua de mármore
jateado

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